A digestão é um dos processos mais importantes do nosso corpo, responsável por transformar os alimentos que consumimos em energia e nutrientes essenciais para manter a saúde e o bem-estar. Quando esse sistema não funciona bem, os efeitos podem ser sentidos em diversas áreas da vida: inchaço, gases, azia, constipação, cansaço e até irritabilidade. Muitas pessoas enfrentam esses desconfortos diariamente, muitas vezes sem saber que pequenas mudanças de hábitos podem fazer uma grande diferença. Este relato explora maneiras naturais e eficazes de melhorar a digestão, trazendo depoimentos reais de pessoas que superaram esses problemas, além de insights de especialistas e uma conclusão prática.
É comum ouvir que “somos o que comemos”, mas especialistas concordam que, mais do que isso, “somos o que digerimos e absorvemos”. De nada adianta uma alimentação saudável se o processo digestivo não está funcionando adequadamente. A digestão começa já na boca, com a mastigação e a produção de saliva, e percorre um caminho complexo que envolve estômago, intestino, fígado, pâncreas e uma série de enzimas.
Segundo a nutricionista funcional Fernanda Soares, “a digestão é influenciada por diversos fatores: alimentação, estresse, qualidade do sono, hidratação, microbiota intestinal e até mesmo o estado emocional da pessoa.”
Ana Cláudia, de 29 anos, sofria com digestão lenta e sensação de estufamento após as refeições. “Tudo me fazia mal. Mesmo comendo pouco, eu sentia que o alimento ficava ‘parado’ no estômago. Comecei a fazer mudanças simples, como mastigar melhor, tomar água ao longo do dia e reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados. Em poucas semanas, notei uma diferença enorme.”
A mastigação, de fato, é um ponto frequentemente negligenciado. Muitas pessoas comem rápido, com distrações como televisão ou celular, e não dão ao corpo o tempo necessário para iniciar corretamente a digestão. A mastigação lenta não só melhora a quebra dos alimentos como envia sinais ao cérebro de que a comida está chegando, preparando o estômago e o intestino para o processo.
O médico gastroenterologista Dr. Marcelo Tavares destaca: “Mastigar bem é uma das maneiras mais simples e eficazes de melhorar a digestão. Além disso, comer devagar evita o consumo excessivo de alimentos, o que sobrecarrega o sistema digestivo.”
Outra dica valiosa é o consumo de alimentos ricos em fibras, como frutas, legumes, verduras e grãos integrais. As fibras ajudam no trânsito intestinal e alimentam as boas bactérias do intestino, contribuindo para uma flora intestinal equilibrada.
João Pedro, de 36 anos, sofria com constipação crônica e já havia tentado diversos laxantes. “Depois de consultar uma nutricionista, descobri que minha dieta era pobre em fibras. Comecei a incluir mais frutas, aveia, linhaça e água. Em menos de um mês, meu intestino funcionava como um relógio.”
A ingestão de água, aliás, é outro pilar fundamental. A água ajuda a formar o bolo fecal, facilita o trânsito intestinal e auxilia na produção de sucos digestivos. A recomendação geral é consumir entre 30 a 35 ml de água por quilo de peso corporal por dia.
Outros alimentos conhecidos por auxiliar a digestão são os fermentados naturais, como iogurte, kefir, kombucha, chucrute e missô. Eles são fontes naturais de probióticos, que ajudam a equilibrar a microbiota intestinal.
Camila Ribeiro, de 40 anos, começou a produzir seu próprio kefir em casa. “No início, achei estranho, mas depois de algumas semanas tomando todos os dias de manhã, percebi uma melhora incrível na digestão. Me sentia mais leve, menos inchada e até meu humor melhorou.”
A relação entre emoções e digestão também é frequentemente subestimada. O intestino é chamado por muitos especialistas de “segundo cérebro” por conter milhões de neurônios e estar diretamente ligado ao sistema nervoso central. Estresse, ansiedade e raiva podem afetar drasticamente o funcionamento intestinal.
A psicóloga e terapeuta integrativa Laura Mendes explica: “O estresse crônico altera a produção de enzimas digestivas, modifica o equilíbrio da microbiota e pode causar inflamações no intestino. Técnicas como respiração consciente, meditação e yoga têm se mostrado eficazes para melhorar não só a saúde emocional, mas também a digestiva.”
Renata Lima, de 33 anos, tinha crises de gastrite e dores abdominais constantes. “Sempre achei que era algo físico, até perceber que piorava em momentos de estresse. Comecei a praticar mindfulness e percebi que minha digestão melhorava nos dias em que eu estava mais calma. Hoje sei que minha mente influencia diretamente meu intestino.”
Outra medida relevante é evitar o consumo excessivo de açúcar, gordura saturada, álcool e alimentos industrializados, que prejudicam a flora intestinal e sobrecarregam o fígado. O fígado é um órgão vital na digestão de gorduras e na eliminação de toxinas. Para protegê-lo, recomenda-se incluir na dieta alimentos como cúrcuma, alcachofra, gengibre e limão.
O naturopata e fitoterapeuta Carlos Neves recomenda o uso de infusões digestivas após as refeições. “Chás como o de hortelã, camomila, erva-doce, gengibre ou boldo ajudam a aliviar a sensação de peso e facilitam a digestão. São simples, baratos e eficazes.”
Marcos Silva, de 50 anos, passou a tomar chá de gengibre após o almoço. “Meu estômago parecia uma pedra depois de comer. Depois que incluí esse hábito, sinto um alívio enorme. É quase imediato.”
Para quem sente azia ou refluxo com frequência, a dica é evitar deitar-se logo após as refeições, não ingerir líquidos em excesso junto com a comida e diminuir a ingestão de alimentos ácidos e gordurosos. Também é importante observar quais alimentos desencadeiam os sintomas, pois eles podem variar de pessoa para pessoa.
O acompanhamento com nutricionistas ou médicos é essencial para identificar intolerâncias alimentares, como lactose, glúten ou frutose, que muitas vezes passam despercebidas e prejudicam a digestão.
Além disso, manter uma rotina alimentar com horários regulares ajuda a criar um ritmo para o organismo. Comer sempre nos mesmos horários regula o relógio biológico e melhora o funcionamento do sistema digestivo.
A prática de exercícios físicos também é benéfica. Caminhadas leves após as refeições ajudam a estimular o sistema digestivo, melhoram a circulação sanguínea e reduzem o inchaço.
Finalizando, seguem algumas dicas práticas para melhorar a digestão no dia a dia:
- Mastigue bem os alimentos.
- Beba água ao longo do dia, mas evite em excesso nas refeições.
- Inclua fibras e alimentos fermentados na dieta.
- Evite alimentos ultraprocessados, excesso de açúcar e gordura.
- Mantenha uma rotina alimentar com horários fixos.
- Pratique atividades físicas regularmente.
- Gerencie o estresse com técnicas de relaxamento.
- Use chás digestivos após as refeições.
- Evite deitar-se logo após comer.
- Procure ajuda profissional em casos persistentes.
Em conclusão, a digestão é um reflexo direto de como vivemos: o que comemos, como comemos, o que sentimos e como cuidamos do corpo. Melhorar a digestão não exige fórmulas mirabolantes, mas sim atenção, cuidado e pequenas mudanças diárias. A boa notícia é que essas mudanças trazem benefícios não só para o sistema digestivo, mas para toda a saúde física e emocional. Com consciência e dedicação, é possível transformar o desconforto em bem-estar e qualidade de vida.
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